Você tem “fome emocional”? Saiba como tratar

Você tem “fome emocional”? Saiba como tratar

O primeiro instinto humano é o de mamar, procurando o seio e o leite da mãe. Quando o bebê mama, ele não apenas recebe alimento e nutrição, mas também o aconchego e amor de sua mãe. Ele se sente seguro, amado e protegido.

amamentacaoQuando crescemos, a tendência é esquecer dessa fase tão importante de nossas vidas, em que éramos bebês e mamamos. Muitas pessoas nem gostam de lembrar da imagem de si mesmas sugando o seio da própria mãe, e outras até sentem nojo dessa experiência.

Mas a verdade é que, apesar de nos tornarmos adultos, a lembrança de obter amor, proteção, segurança, aconchego e carinho através do alimento não é apagada.

A comida passa a ser um substituto dessa experiência, e, assim, desenvolvemos uma espécie de “fome emocional”.

Mesmo quando o corpo não necessita de alimento, continuamos procurando comer, sobretudo alimentos doces e calóricos, ricos em gorduras, açúcar e carboidrato, como o chocolate, massas e frituras.

Comemos quando estamos ansiosos, deprimidos, assustados, estressados, quando algo não vai bem, durante períodos de transição e de testes, como a época de provas e concursos, durante o início num novo emprego, durante a preparação de festas, poucos meses antes ou após o nascimento de um filho etc.

Com o tempo, a fome emocional pode levar ao ganho de peso, e a pessoa percebe que a comida, além de não proporcionar o conforto e segurança que ela busca, ainda traz resultados indesejados para a saúde e a beleza.

Quando se sente mal ao pensar sobre isso, o que a pessoa faz? Geralmente, come ainda mais.

fome_emocional_doceEssa “fome de amor, segurança e afeto” muitas vezes é o que está por trás de muitos casos de obesidade. Também explica por que tantas dietas falham, mesmo que nos esforcemos ao máximo. Enquanto as causas emocionais não forem removidas, o problema vai continuar e a pessoa continuará a comer compulsivamente, quando não estiver com fome, levando ao ganho de peso.

Como lidar com a fome emocional?

1. O primeiro passo para lidar com a fome emocional é a conscientização. Você precisa se tornar consciente do processo. Escolha um caderno específico para isso. Da próxima vez que sentir fome, observe seu corpo e suas emoções. Se preferir, anote-as no seu caderno. Como você se sente? Está com fome mesmo ou só com uma certa ansiedade, temor, dúvida?

Talvez alguém tenha dito algo que não lhe fez bem, talvez algum desejo seu tenha sido frustrado. Só você pode observar a si mesmo com sinceridade e descobrir como se sente realmente. Não é preciso ter medo dos seus sentimentos. Nessa fase inicial, não se limite. Se sentir vontade de comer, coma, mas tente observar como se sente também enquanto estiver comendo e depois.

2. Após cerca de dois meses realizando o trabalho de auto-conhecimento acima, é hora de estabelecer um plano. Você já deve ter identificado os “gatilhos” que lhe levam a comer mais. Talvez, seu chefe sempre lhe irrite e lhe dê mais trabalho do que você pode realizar no momento. Talvez, seus pais sejam muito exigentes e você sinta uma pressão elevada em casa. Talvez, esteja se sentindo só e compense com a comida. Dependendo da causa, você poderá delinear uma solução.

natureza3. Para ajudar você a encontrar outras fontes de prazer, proteção e segurança além da comida, vamos começar a experimentar coisas novas. O que você gosta de fazer? O que lhe dá uma sensação de conforto, paz, segurança?

Algumas pessoas sentem-se bem junto à natureza, então reserve um tempo toda semana para ir a um local em que possa estar em contato direto com plantas, com o solo, com água.

Outras pessoas se sentem melhor conversando com amigos ou alguém em quem confiam. Outras precisam expressar a própria criatividade, através da arte ou de trabalhos manuais.

Talvez você precise investir mais na sua profissão e realização pessoal. Não hesite em acreditar no seu potencial e ir em busca daqueles sonhos há muito esquecidos. Talvez você esteja com “fome” de sonhos não realizados – ainda!

4. Por fim, se sentir que você precisa de ajuda, contacte um bom terapeuta. A terapia com florais, a psicoterapia, a acupuntura, bioenergética, terapia cognitivo-comportamental e várias outras modalidades de tratamento podem tornar esse processo muito mais fácil e bem-sucedido.